Resenha de O Massacre da Família Hope – Riley Sager

Em 1929, três membros da abastada família Hope foram brutalmente assassinados. Lenora, a filha mais velha, foi a única sobrevivente, o que a tornou também a principal suspeita do crime. Sem provas suficientes, porém, ela acabou inocentada e, desde então, vive isolada na mansão à beira do penhasco onde tudo aconteceu.

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Cinquenta e quatro anos se passam e Kit McDeere é contratada para ser a cuidadora de Lenora – por conta de uma série de derrames, ela perdeu todos os movimentos (exceto os da mão esquerda) e a capacidade de falar. No entanto, usando uma máquina de escrever para se comunicar, Lenora surpreende a nova cuidadora com a seguinte frase: “eu quero te contar tudo”. A partir de então, passamos a acompanhar Kit na busca pela verdade sobre o massacre da família Hope – o que ela não sabe é que o que realmente aconteceu na fatídica noite é muito mais sombrio do que poderia imaginar.

Um dos thrillers mais comentados do momento, O Massacre da Família Hope me chamou a atenção logo de cara. Poderia dizer que foi só porque amo o gênero e adoro (tentar) desvendar crimes sem resolução. Mas a verdade é que eu não resisto a uma mansão. Se for em um penhasco, então! E de fato, Riley Sager não me decepcionou nesse quesito: mais do que o palco dos assassinatos, Hope’s End é um dos personagens da história e contribui muito para a atmosfera impecável da trama.

Falando nisso, aliás, outro ponto que me agradou muito foi o clima sombrio, quase sobrenatural, de O Massacre da Família Hope. É claro que não vou dizer se há ou não fantasmas habitando a mansão, mas acredito que tenha sido justamente a intenção do autor plantar a dúvida – o que funciona muito bem, tanto para o desenvolvimento da trama, quanto para a nossa experiência de leitura.

Outro aspecto que me fez querer ler o livro foi que, ao ler a sinopse, imaginei que a história traria também dramas familiares, outro elemento que eu amo. E também não estava errada, mas fato é que os conflitos e segredos de O Massacre da Família Hope são usados como em qualquer outro thriller: para manipular o leitor, fazendo com que praticamente todos os personagens tenham seus motivos para ter cometido o crime.

No entanto, vamos ao que interessa: fui surpreendida pela verdade sobre o crime? Sim, não posso negar. Gostei das reviravoltas? De algumas, sim. De outras, nem tanto. É difícil explicar sem dar spoilers, mas o que posso dizer é que ando um pouco cansada de thrillers com plot twists que se empilham – tenho preferido UMA grande revelação bem construída, mesmo que ela seja um pouco mais previsível. E no caso desse livro em específico, senti ainda que Sager abusou um pouquinho de uma espécie de deus ex machina, nos escondendo muitas informações ao longo do livro.

De qualquer maneira, O Massacre da Família Hope foi uma leitura divertida que, sem dúvidas, cumpriu a proposta de entreter e surpreender!

Título original: The Only One Left
Editora: Intrínseca
Autor: Riley Sager
Tradução: Renato Marques
Publicação original: 2023

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