Em 2015, li A verdade sobre o caso Harry Quebert e me apaixonei. Cinco anos depois, assisti à adaptação e admito: talvez a história não fosse tão maravilhosa quanto eu lembrava.

Marcus Goldman é um jovem escritor de sucesso com bloqueio criativo. Então, ele decide visitar Harry Quebert, autor respeitadíssimo, seu ex-professor e mentor. Durante a visita, Marcus descobre que, há mais de 30 anos, Harry se apaixonou por Nola, uma jovem de 15 anos que desapareceu misteriosamente.

Pouco tempo depois da partida de Marcus, a polícia descobre os restos mortais da garota enterrados na casa do professor. Harry é preso e todos na cidade o declaram culpado. Marcus, porém, se recusa a acreditar e inicia sua própria investigação.

A verdade sobre o caso Harry Quebert é daqueles thrillers que nos deixam ávidos pela resolução do crime e que nos manipulam até não poder mais. A adaptação faz o mesmo, mas percebi conveniências e possíveis furos dos quais não lembrava. A série não soube incorporar todos os detalhes ou será que já eram falhas do livro?

Gostei de Patrick Dempsey e Ben Schnetzer como Harry e Marcus, mas não acho que a amizade deles tenha sido bem explorada. Para além do mistério, a tridimensionalidade da relação entre os dois foi o que mais me encantou no livro. E não ter a mesma sensação foi um balde de água fria. Por outro lado, se a quantidade de reviravoltas me incomodou um pouco na leitura, a série foi capaz de manter o mistério de forma mais dinâmica. A adaptação também amenizou algumas questões (mas não todas) que poderiam ser problematizadas.

Não posso fingir que não me incomodei com a falta de capricho com a produção. As cenas de 1975 parecem ter recebido apenas um filtro para que parecessem antigas. E o envelhecimento dos personagens também deixou a desejar. São detalhes que não comprometem a história, mas deixam um gostinho amargo.

Com todas as ressalvas, recomendo a série. Os episódios são envolventes e é difícil não ser surpreendido pelos detalhes e revelações.

Disponível na GloboPlay