Até que enfim chegamos ao fim da maldição e eu encontrei dois livros favoritos em abril! O mês começou desafiador, é verdade, mas depois vieram os refrescos – e, a bem da verdade, até mesmo a leitura desafiadora valeu a pena! Então, sem mais enrolação, vamos aos lidos de abril!

INTERMEZZO, Sally Rooney
Conheci Sally Rooney com Pessoas normais e simplesmente me apaixonei. Depois, veio Conversas entre amigos, que eu gostei, mas não achei nada demais, e Belo mundo, onde você está, que foi uma grande decepção. Ainda assim, eu tinha altas expectativas para Intermezzo. E o mais recente livro de Rooney foi uma experiência bastante ambígua.
A leitura foi bastante cansativa e arrastada – eu provavelmente teria desistido se não fosse o livro do mês do Clube Namanita. Mas, quando enfim cheguei ao final, percebi que também havia sido uma experiência enriquecedora, que me deu muito em que pensar. Prova disso é que fui falar “um pouquinho” sobre ele e acabei escrevendo uma resenha, que vocês podem ler aqui.
Título original: Intermezzo
Editora: Companhia das Letras
Autora: Sally Rooney
Tradução: Débora Landsberg
Publicação original: 2024
AMANHECER NA COLHEITA, Suzanne Collins
Como grande fã de Jogos Vorazes, estava ansiosíssima por Amanhecer na colheita! E assim como aconteceu com A cantiga dos pássaros e das serpentes, amei retornar ao universo criado por Suzanne Collins. Vi que alguns leitores não gostaram tanto da nova prequel pelo que consideraram um excesso de referências à trilogia original. Para mim, no entanto, esse foi um dos grandes trunfos do livro. Isso porque não me pareceu que a autora resgatou personagens e elementos pelo simples fan service, mas para realmente continuar nos contando uma história. Enfim, eu tinha muito para falar sobre esse livro. Então, os tributos podem ler mais sobre ele aqui ou assistir ao vídeo aqui.
Título original: Sunrise on the reaping
Editora: Rocco
Autora: Suzanne Collins
Tradução: Regiane Winarski
Publicação original: 2025
CASAS ESTRANHAS, Uketsu
A história de Casas estranhas começa quando Yanaoka, que está à procura de uma nova casa, encontra um imóvel que parece perfeito, mas percebe um detalhe perturbador em sua planta baixa. Intrigado, ele entra em contato com Uketsu, que é especialista em casos bizarros e logo percebe que se trata de uma história muito complexa e assustadora do que parecia no início.
Casas estranhas é um thriller diferente de todos os que eu já li! Apesar de não ser exatamente interativo, a narrativa de Uketsu nos dá a sensação de estar realmente participando da investigação e tentando desvendar o mistério em “tempo real”. Além disso, também encontrei a atmosfera macabra e perturbadora típica dos autores japoneses, que eu já havia visto na obra de Junji Ito, mas não em um thriller.
Eu adorei Casas estranhas, mas acho que esse será um livro para dividir opiniões, especialmente por conta do desfecho. No entanto, se você gosta de mistérios intrigantes e resoluções ainda mais intrigantes, fica o convite à leitura!
Título original: 変な家
Editora: Intrínseca
Autor: Uketsu
Tradução: Jefferson Teixeira
Publicação original: 2021
VIOLETA, Isabel Allende
Eu sempre soube que Violeta seria uma leitura marcante – afinal, o livro narra a história da personagem-título ao longo de seus 100 anos de vida. Ainda assim, Isabel Allende foi capaz de me surpreender. Violeta é uma protagonista extremamente tridimensional e bem construída. Tem muitas virtudes, mas também falhas e defeitos, o que a torna mais humana e permite uma identificação plena, se não a nível pessoal, pelo simples fato de soar tão real. Tem uma personalidade definida, mas que se transforma conforme os anos passam e a vida acontece. É uma mulher à frente de seu tempo, sem deixar de ser também fruto de sua época.
Até pouco mais da metade, Violeta foca realmente na história da protagonista, com suas perdas, amores, desamores, tragédias e aventuras. A partir de então, o livro conta com um contexto político e social muito bem delineado, quase como vemos em A Casa dos Espíritos. Além de ser uma característica do trabalho de Allende, acho interessantíssimo como, através da história desse país que se parece com o Chile, mas não é o Chile, a autora resgata a história recente de muitos países sul-americanos, marcadas por golpes, ditaduras e revoluções.
Também gostei muito da forma como Violeta retrata o machismo e explora a consciência de classe. Mas meu aspecto favorito da trama foi a maneira como Allende transformou a maternidade no fio condutor da obra. Primeiro, com a relação entre Violeta e a própria mãe, que nunca foi tudo o que poderia ter sido. Depois, com a chegada conturbada dos filhos e, por fim, com a ressignificação do maternar na vida de Violeta, a partir da relação com o neto, Camilo, para quem ela conta sua história. É muito bonito de acompanhar, principalmente quando sabemos o quanto a chegada um filho/neto é capaz de curar feridas e reconstruir pontes.
Título original: Violeta
Editora: Bertrand Brasil
Autora: Isabel Allende
Tradução: Frances Riddle
Publicação original: 2022
Para quem quiser saber um pouco mais sobre as minhas leituras: